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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Vacatio gratis

Tenho um sério problema com férias. Já dizia... alguém (não lembro, mesmo) que só rico tem férias. O que não é o meu caso. Programa de não-ricos durante as férias: televisão, cinema aos finais de semana, casa da vó quando a grana tá curta.

Eis o problema da ausência de dinheiro em nossas contas bancárias. Durante essas férias tenho pensado muito sobre as possibilidades que surgiriam caso eu tivesse dinheiro para "ter férias": viagens por lugares maravilhosos e paradísiacos...Europa, Egito, Disney, Dubai!

Mas já dizia um outro alguém (este eu lembro! O autor do livro "O monge e o executivo") que as melhores coisas da vida são grátis.

Por isso resolvi afastar essas ideias capitalistas da minha cabeça. Me inscrevi em um curso de italiano online... GRÁTIS, comecei a fazer aulas de violão e dança... GRÁTIS, visitei familiares e comi coisas maravilhosas...GRÁTIS.

Acho que ele estava certo. Pelo menos, a teoria está funcionando e minhas férias estão bem menos entediantes!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tarantinismo

Tenho que confessar que adoro assistir CSI. Vício de todos os dias. E esta semana fui contemplada com o melhor episódio da série, escrito por Tarantino: "Perigo a sete palmos". Quem tiver a oportunidade de assistir, o faça.

Entretanto, enquanto passava pela sala, ouvi o comentário de um jornalista: "Nem mesmo o episódio de Tarantino foi tão horrível como o Caso Bruno".

Não conhecia, até então, muitos detalhes sobre o caso. Mas com base nessa declaração, e em algumas manchetes do Google News, me informei sobre o que estava acontecendo.

A menos que a imprensa esteja expeculando demais, devo admitir que a história é realmente merecedora do comentário do jornalista.

Um detalhe que chamou minha atenção foi o salário do jogador: 200 mil reais por mês. Se formos parar para pensar, quantos trabalhadores passam anos para juntar metade deste valor, e sustentar suas famílias?

Esses mesmos trabalhadores devem olhar horrorizados para essa história, repetida sucessivas vezes pela mídia sensacionalista, e devem pensar o quanto a vida é injusta. Talvez alguns se solidarizem com o jogador, lamentando que o talentoso rapaz tenha estragado a carreira...

Mas apesar desta contante descarga de informações - sejam elas, verídicas ou não - incomodar muitas pessoas, a maior parte da população se sensibiliza e clama por justiça. Menos mal.

Não suporto mais ver este tarantinismo invadindo a realidade.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Patriotismo e copa do mundo

Tenho um amigo com quem costumo ter discussões muito interessantes a respeito das coisas mais imprevisíveis. E como não poderia deixar de ser, resolvemos falar sobre a Copa do Mundo também.

Eis que no memorável dia 02/07, minutos após assistirmos a derrota do Brasil diante da Laranja Mecânica, ele me presenteou com a seguinte frase: "onde está o seu patriotismo agora?".

Claro que não consegui me conter e comecei a argumentar milhares de maluquices, com o objetivo de convecê-lo a mudar o subnick de seu MSN. Claro que minhas tentativas foram em vão. Nem mesmo Aurélio pôde me salvar; ele apenas diz que o patriotismo é o "amor da pátria", "qualidade do patriota". E patriota é justamente aquele sujeito que "ama a pátria e procura servi-la". Retruquei dizendo que ele estava confundindo este "amor" com patrioTICE, que, também segundo Aurélio, é um falso patriotismo.

Estes torcedores alucinados amam a pátria, ou amam as pernas dos jogadores e seus patrocinadores? Amam as cores da bandeira, se emocionam ao ouvir o hino nacional, ou choram pela derrota por saberem que não serão dispensados da escola ou do trabalho?

Acho que aí sim, devo concordar, toda essa patriotice insuportável deve ter se esvaído, juntamente com a seleção.

Mesmo não convencendo meu amigo, fiquei satisfeita em decobrir que o verdadeiro patriotismo não deve ser confundido com essa patriotice insuportável, que contribui para que pessoas violentas utilizem o futebol como pretexto para agir sem pensar...